quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Esgotado...

Dia 20 de Setembro,
Saio de Salvador rumo a Porto Seguro, chego ao terminal rodoviário de Salvador por volta das 18h, como uma bucha e, de acordo com as indicações da senhora que me vendeu o bilhete, espero pela hora de embarque na sala VIP. Sim! Ouviram bem, sala VIP. Coincidência ou não, a companhia pela qual viajo (Águia Branca) parece ser a única que fornece este tipo de mordomias! Chegada a hora de embarque, entro no "Ônibus" e qual não é o meu espanto quando vejo que o interior do dito ônibus se assemelha ao interior de um voo de classe executiva: Cadeirões reclináveis, televisão, água e casa de banho.... Muito bom! Pensei para mim mesmo, parece que as próximas 12 horas não vão ser assim tão desagradaveis. E meu dito meu feito, depois de ver dois filmes dobrados em brasileiro, adormeço no meu cadeirão e acordo às 6 da manhã, já perto de Porto Seguro, local onde o Brasil nasceu.

Chegado a Porto Seguro, tomo um taxi para o Centro e escolho um hotel de aspecto sinistro, pois ao que parece, além de alugar quartos também vende casas e carros. Contudo, decido não ficar no hotel: depois de uma luta desenfreada com a colónia de mosquitos que convivia alegremente no quarto, e de consultar melhor o meu guia acerca do interesse do local, rumo outra vez para a rodoviária (desta vez de onibus). Compro uma passagem para Belo horizonte e com o tempo que me resta, visito o centro histórico de Porto Seguro que, diga-se de passagem, não tem nada de mais: duas igreja e um duvidoso padrão de pedra com as armas Portuguesas. Parece que tomei a decisão correcta ao não ficar na cidade!
Desapontado, embarco no Onibus para Belo Horizonte. Espera-me uma viagem de 17 horas pela frente e a brasileira que está por trás de mim não facilita os momentos iniciais pois trauteia ruidosa e constantemente as músicas que vai ouvindo no seu MP3. Além disso a televisão estava avariada e por isso, o entretenimento a bordo estava reduzido ao mínimo. Ainda assim, consigo dormir as últimas 7 horas e acordo já em Belo Horizonte.

Saio directo do autocarro e vou à bilheteira comprar um bilhete para Ouro Preto, cidade mineira dos séculos XVIII e XIX: "Não aceitamos cartão, só dinheiro", responde-me o vendedor com ar solene. Saio assim da rodoviária para procurar uma caixa multibanco, encontro uma passados 45 minutos de procura incessante por Belo Horizonte munido da minha mochila de 13 kg... Lá consigo chegar a tempo do proximo autocarro.



Chego a Ouro Preto, e sorte a minha, encontro lodo à saida da estação uma tabuleta com a indicação de um Hostel do ramo "Hostelling International", sigo as indicações e acabo por aterrar no "Hostel Brumas", são 11 da manhã de dia 22.
Resolvo não descansar, a cidade espera por mim. E que espetáculo de cidade! Nascida com a descoberta de Ouro no estado de Minas Gerais, Ouro Preto é toda ela uma cidade Portuguesa do século XVIII. Passo o dia entre igrejas, museus e pracetas. Para chegar a qualquer sitio é necessário trepar pelas ruas pois em Ouro Preto as ruas têm declives absurdos. E é a trepar que pelas 18 horas, vou para o Hostel. Mas, infelizmente para mim, lembro-me que tenho de jantar. desco outra vez para o centro, compro uma pizza congelada e volto a escalar a rua que dá para o Hostel.
Travo conhecimento com dois ingleses que viajam há 11 meses, uma Francesa e uma Americana. Janto e passo o serão com eles, sabe bem conviver!

São 23h30, vou para a cama esgotado...

16 comentários:

  1. Neto és o MAIOR!! Excelentes relatos até agora!! Um mega abraço!!

    Bernas

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  2. Francisco, com todo esse speed, não tarda muito para já cá estares! Ah! Ah!
    Vê lá se "desaceleras" porque senão ficas "esfarrapado/exausto" num instante. Não exageres!!!!!
    Afinal de contas a camionete da Viúva Carneiro que te levou a Trás-os-Montes com a Avó Antónia não assim tão bera ... só levou 5 horas! Beijocas repenicadas

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  3. Já viste Congonhas, Mariana ... e a obra do «Aleijadinho», o 1.º arquitecto brasileiro? Vê se consegues ouvir algum ensaio de música numa dessas igrejas das diversas confrarias que por aí há e cujo espólio musical é candidato a Património Mundial.
    Boa estrada e até breve
    Tios J e J

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  4. Que máximo! Que bom ler-te... "Vivi"! :)
    Ouro preto é lindo mesmo!!
    Abraço e bom caminho!

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  5. Caramba! Isso é que é fazer milhas. Pelas minhas contas são já 1760 km só no Brasil. Se somarmos os cerca de 6500 km que é a distância de voo de Lisboa a Salvador da Baía já acumulaste 8260 km. Vamos ver onde isto para! Mas aviso-te que a tua excentricidade de "andar por aí" já provocou a emissão de cerca de 1398 kg de CO2 para a atmosfera (voo + autocarros). Vê mas é se alugas uma bicicleta e faz jus ao facto de seres membro da HRC!!!!

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  6. Que inveja!!!LOL Tu nessa viagem fantastica e eu aqui enfiado no escritorio dia apos dia...
    Aproveita bem a estadadia ai pelo Brasil e continua a escrever posts que assim tb viajo um bocado hehe.
    Quando vais para o Rio? Manda um beijo a Marina.

    Grd abraço

    Joao Miguel

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  7. Pois! descrição excelente + google até parece que aí estou. beijocas e continuação de óptima viajem.queridatia

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  8. Básico,
    Q bom saber notícias tuas.
    Qualquer dia sigo o teu exemplo e rumo não para a América do Sul mas para a Ásia. Começarei a viagem na Índia e terminarei por aí.
    Bj,
    Raquel

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  9. Oi Francisco!!

    Adorei seu blog!!!
    Estou dando muita risada com seus comentários.. Só achei uma pena que você nem ficou em Porto Seguro, as praias lá são bonitas.

    Concordo com sua mãe, você tem que fazer as coisas com mais calma!

    Mal espero para você chegar a SP!

    Beijinhos
    Thais

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  10. Francisco todos os dias venho ver as tuas aventuras, desde do esgotado nada.

    Espero que seja mesmo só falta de tempo.

    Continua meu lindo eu gosto muito tens jeito para as escrituras. Não foi certamente na pia baptismal que herdaste essa.
    Beijocas Tia Rita

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  11. olá francisco,
    meu nome é cíntia e sou mãe da thaís.
    qdo ela me falou que vc tinha um blog, eu pedi p/ ela me mandar o link. que máximo! tenho muito interesse em ler o que os estrangeiros pensam de nossa terra e como eles a veem. vc leva jeito para a coisa. já pensou em publicar essas notas de viagem?
    vou gostar muito de conhecer vc.
    bjs,
    cíntia

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  12. Anátema sistémico do pantheismo New-Age29 de setembro de 2009 às 21:47

    e falavas tu do namorado da joana e dos seus textos compridos...só o tamanho desanima basico...
    estas a renegar a tua basicidade???

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  13. Anátema sistémico do pantheismo New-Age29 de setembro de 2009 às 21:52

    Por acaso adorei o teu post...
    Um grande abr com amizade do teu Monsenhor

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  14. Sim senhor, sim senhor. Basico, aproveita que estás aí e verifica aí se o estreito de Magalhães ainda aí está...faz favor. Grande abraço do Vasco!
    p.s- Dizias ainda que a vida já estava traçada...ehehe há sempre tempo para uma pausa "memo fatt"!

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  15. Txikito!
    Estás com óptimo ar, é bem, é bem! Vou devorar este blog todo e "viver" contigo. Amava estar aí agora! A life aqui, agora, é parada... Mas dentro em breve começará a apertar! Tive que adiar os meus planos malucos de fazer o que tu estás a fazer - há-de compensar! Sigo o teu exemplo e vou a seguir ao Master! Quando estás de volta? Mil e muitos beijinhos! Aproveita muitooo,
    Tere!

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